Fotos: M. Rocha
*Prefeitos do Amazonas reclamam da baixa adesão dos parlamentares federais
na mobilização municipalista*
A baixa adesão dos parlamentares federais amazonenses ao encontro promovido
pela Associação Amazonense de Municípios (AAM) nesta sexta-feira (11) em
Manaus, para apresentação das demandas e reivindicações do movimento
municipalista local e nacional, foi alvo de críticas e reclamações dos
prefeitos, vereadores e presidentes das câmeras legistativas dos 62
municípios que lotaram que o auditório João Bosco, na sede da Assembleia
Legislativa do Estado desde o início da manhã.
Convidados diretamente pela AAM durante toda a semana via telefone, correio
eletrônico e com convite protocolado em cada um dos gabinetes em Brasília
(DF), apenas a senadora Vanessa Grazziotin e o deputado federal Henrique
Oliveira compareceram ao evento, que contou ainda com a participação dos
deputados estaduais Chico Preto, Conceição Sampaio, Adjunto Afonso, Marcos
Rotta e Belarmino Lins (que representavam, respectivamente, o senador
Eduardo Braga e o deputado federal Átila Lins, que está de licença médica).
Atualmente o Amazonas tem oito deputados federais, três senadores e 24
deputados estaduais. Além de Átila, a deputada federal Rebecca Garcia
também justificou sua ausência por motivos de saúde entre seus familiares e
o deputado federal Pauderney Avelino foi representado pelo ex-prefeito de
São Gabriel da Cachoeira, Hamilton Gadelha.
"Lutamos muito para administrar com poucos recursos e estar na capital para
esta reunião. Temos colegas presentes aqui que os municípios estão debaixo
d´água neste momento e vieram para mostrar apoio e união em busca de futuro
melhor para o interior, mas é uma tristeza chegar e ver que nem metade dos
parlamentares amazonenses sequer veio ouvir e entender as demandas e a
realidade dos municípios do Estado", afirmou o prefeito de Envira, Ivon
Rates em seu pronunciamento aplaudido por todos os presentes.
Ainda de acordo Rates, deputados e senadores do Amazonas tem rápida
capacidade de articulação para outros assuntos. "Acabamos de ver
recentemente no caso da prorrogação da Zona Franca de Manaus (ZFM). Todo
mundo articulado, unido, promovendo reuniões, debates e tudo mais. Não
somos contra a ZFM, mas a população que mora nos municípios do Estado não
merece a mesma atenção de seus representantes, ainda mais em um ano
eleitoral?", questionou o prefeito.
O prefeito de Itamarati, João Campelo, também lamentou a ausência de
deputados e senadores. "Precisamos de apoio em Brasília em questões
fundamentais. Até mesmo nos cálculos do custo de um saco de cimento para a
construção de uma Unidade de Saúde, que em Manaus é de R$ 25 e em Itamarati
é de R$ 45".
Prefeito do único município amazonense em Estado de Calamidade por conta da
cheia que já deixou 40% de sua área total submersa, com 15 mil alunos fora
das salas de aula, 32 abrigos municipais instalados e mais de 80% das casas
da área rural destruídas pelo Rio Madeira, Cidenei Lobo, de Humaitá, disse
que o único auxílio até o momento é a ajuda humanitária do Governo do
Estado.
"Os parlamentares aqui presentes estão de parabéns, mas se tivéssemos mais
apoio em Brasília, poderíamos cobrar mais celeridade na liberação das
verbas federais para as quais Humaitá e outros municípios do Estado já
estão habilitados a receber desde o mês passado".
Para o presidente da AAM e prefeito de Boca do Acre, Iran Lima, este é um
momento de união e de buscar maior integração entre os representantes de
todas as esferas de gestão pública.
"Os prefeitos estão em uma extremidade da atividade pública, no cotidiano
dos cidadãos enquanto o parlamentar, principalmente o federal, está em
contato direto com ministros e outras esferas mais altas de decisão nas
quais muitos dos problemas da base podem ser solucionados. Um não vive sem
o outro e precisamos promover mais eventos e integrações como esta",
destacou.
Press Comunicação Estratégica