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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Dólar sobe 0,60% ante real e renova máxima em mais de dez anos

Reuters

O dólar renovou a máxima em mais de uma década ante o real nesta quinta-feira, após uma rodada de dados mistos sobre os Estados Unidos sugerirem que o Federal Reserve pode começar a elevar a taxa de juros em meados deste ano, apesar de declarações cautelosas da chair do banco central norte-americano, Janet Yellen.

A moeda norte-americana subiu 0,60 por cento, a 2,8852 reais na venda, após atingir 2,8414 reais na mínima da sessão e 2,8945 reais na máxima. Trata-se do maior nível de fechamento desde 15 de setembro de 2004, quando foi a 2,903 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,7 bilhão de dólares.

Fonte: http://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economiaenegocios/d%C3%B3lar-sobe-060percent-ante-real-e-renova-m%C3%A1xima-em-mais-de-dez-anos/ar-BBi0rVA?ocid=mailsignoutmd

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Apoie ao impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado Federal

Importância 

A abertura do processo de Impeachment da presidente está ganhando força devido ao estelionato eleitoral e as revelações da operação lava jato . Esta proposta visa abrir este processo com base no parecer do jurista Ives Gandra que diz que que é possível o impeachment porque haveria improbidade administrativa prevista no inciso V, do artigo 85, da Constituição Federal: "o dolo nesse caso não é necessário". Mais: "Quando, na administração pública, o agente público permite que toda a espécie de falcatruas sejam realizadas sob sua supervisão ou falta de supervisão, caracteriza-se a atuação negligente e a improbidade administrativa por culpa. Quem é pago pelo cidadão para bem gerir a coisa pública e permite seja dilapidada por atos criminosos, é claramente negligente e deve responder por esses atos". Com esta base sólida do jurista, proponho este debate para dar um recado para os políticos que eles não podem simplesmente mentir , aumentar os preços e sair impunes de tudo.

Atenção:

Após o registro do seu apoio, você receberá automaticamente um e-mail de validação. Caso não o receba nas próximas horas, podem ter ocorrido duas situações:

1) O e-mail está retido na lixeira eletrônica de sua conta;

2) O e-mail foi considerado spam pelo seu provedor de internet.

Neste caso, entre em contato com os canais de suporte de seu provedor. Para que seu apoio seja contabilizado é imprescindível que o link do e-mail seja validado.

É vedada a utilização de endereços providos por serviços de e-mails temporários.

Acesse agora e dê o seu apoio ao Impeachment da presidente Dilma Rousseff

http://www12.senado.gov.br/ecidadania/visualizacaopropostaaudiencia?id=17101

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A marcha pelo impeachment: entre a fórmula mágica e a preguiça

Foto: Reuters



Matheus Pichonelli

Perdi as contas, nas últimas semanas, de quantos suspiros deixei escapar ao abrir a caixa de e-mail, os grupos de WhatsApp e as timelines do Twitter ou do Facebook. Reconheço estes suspiros: são a canalização dos mesmos cansaços, preguiças e desgostos de quando recebo correntes com fórmulas mágicas para problemas complexos. Contra estupradores, tome castração química. Contra a criminalidade, pena de morte.Contra a gravidez precoce, o fim do baile funk. Contra a corrupção, oimpeachment, palavra da moda em diasrecentes.

De uns meses pra cá, todos parecem preocupados, não sem certa razão, com o estado das coisas. Todos parecem dispostos a mudar o mundo. E todos parecem ter as soluções definitivas e infalíveis na ponta da língua. Nesses momentos, os riscos de se debater a revolução com quem até ontem não media palavras para dizer que não gosta, não se interessa, não tolera o noticiário político é assistir, num camarote literal (às vezes regado a espumante e corte nobre), a um festival de bobagens que na melhor das hipóteses se encerram na urgência de outras demandas (o desfecho da novela, por exemplo) e, na pior, ao velho preconceito de classes. 

O tema, oficialmente, é a inabilidade, a imprudência e a inoperância do governo (federal, pois neste mundo paralelo o poder é absoluto e a federação, um corpo estranho), mas as cotoveladas e espetadas no olho são direcionadas aos beneficiários das esmolas, aos sobreviventes de currais eleitorais, às cabra cegas de tapa-olhos afirmativos. Entre discussões calorosas sobre a preguiça e petulância dos empregados, entre a defesa da meritocracia (não vale citar o emprego nem o lobby por filhos e conjugues em nossas bolhas privativas, nem sempre privadas), são colocados em pauta os desmandos da República para demonstrar, nas entrelinhas ou não, o desprezo contra os alvos de sempre. É difícil sair de uma conversa do gênero sem se chamuscar em algum "nada contra, mas…" E dá-lhe odes ao separatismo paulista, ao incômodo com as ondas migratórias em direção às nossas riquezas ou à vontade de se mudar para países menos generosos com a nossa gentalha.

Dá preguiça, como dá preguiça ouvir soluções mágicas contra a volúpia do estuprador defendidas por quem não se envergonha em reforçar o discurso da culpa da vítima, das vulgaridades contemporâneas, das importâncias de se dar ao respeito para ser respeitada - os pilares que servem de colchão para um crime supostamente fora de nossa ação e alcance. É a cultura do atavismo a serviço da desinformação.

Nos debates acalorados sobre o impeachment de Dilma Rousseff, fica patente a nossa disposição cívica para enxugar gelo. Essa conversa ouvimos desde o Fora FHC, aludido pelas mesmas urgências que agora se rebelam contra o símbolo máximo, talvez único, de todas as nossas misérias: a presidenta da República. Em tempos de comoção, como estes, os mais assustados gritam por qualquer coisa. A rua é pública e o choro é livre, mas não deixa de ser curiosa a dificuldade para se encampar medidas efetivas para atacar o desmando agora alardeado. Nessas rodas de conversa, é firme a convicção de que estão acabando com nosso país – sobretudo por quem acaba de chegar de vigem aos exterior. Mas experiente perguntar os porquês. "Vou pra rua para combater a roubalheira". "Quero mostrar minha indignação com tanto desmando". "Gritemos contra a destruição da Petrobras". 

Ok, tudo bem, indignados estamos todos, mas o quanto estamos dispostos a arregaçar as mangas e debater as mudanças a fundo? Quando a corrupção esteve no cerne das nossas prioridades corporativas? Quando decidimos aposentar nossas carteiradas? E nossas carteirinhas falsificadas de estudante? Ou nossas carteiras de motoristas compradas à vista? Quando deixamos de desviar a água da rua para o nosso quintal? 

Não deixa de ser estranho: parte dos manifestantes que agora tira o velho civismo do armário ontem aplaudia as cacetadas da polícia sobre manifestantes que denunciavam os abusos das tarifas de ônibus e metrô. Ou fazia pouco-caso com os professores da rede pública sucateada que trancavam o trânsito na avenida principal. Alguns, que até ontem falavam em Bolsa Esmola, agora juram indignação contra os ajustes em pensões e direitos trabalhistas. 

O que mudou? Nada.

A grita contra a corrupção não é de hoje e está longe de ser imerecida. O mote é tão óbvio quanto ser contra a malária, e não faz arranhão aos que se regozijam, seguros e intocados, do nosso purismo. Na sequência da linha sucessória estão três caciques do PMDB, espécie de arroz-de-festa de todos os escândalos noticiados desde a reabertura democrática, da Castelo de Areia à Operação Lava Jato. Prova disso é que Collor se foi (e voltou) e a Tropa de Choque ficou - juntamente com os destaques sobre tesoureiros e tesourarias, ainda muito bem empregados. 

O baluarte da mudança, que joga gasolina nas manifestações ao não dizer claramente que se opõe ao governo e não aos golpes, até hoje deve explicações sobre o uso de dinheiro público para a construção de aeroportos particulares no quintal de parentes. Deve explicação também sobre o direcionamento do agrado financeiro a publicações amigas. Este mesmo baluarte, que elege sem nomear a irmã como eminência parda, galgou postos e expressões públicas por uma meritocracia curiosa: o sobrenome. Seu partido, que agora flerta com as soluções fáceis, é protagonista deste e de outros negócios igualmente impudicos, mas não igualmente debatidos nas casas das melhores famílias. Um seu ex-presidente, por exemplo, é suspeito de receber uma boa bolada para ajudar a enterrar uma CPI que agora ressurge como palanque.

Nesse horizonte um pouco mais alargado, se há algo que não ameniza ou não deveria amenizar as suspeitas na Petrobras é que elas se desdobram desde outros expedientes. Ou que as empresas agora suspeitas de pagar propina em troca de contratos também financiaram campanhas de outras colorações. Não é menos desconfortável saber que, uma vez no governo, o PT manteve e aperfeiçoou as velhas práticas, transformando-se em mais um entre tantos partidos, como chegou a dizer sua figura máxima.

A desolação, embora combustível hoje para a velha indignação seletiva, é multipartidária, mas é bom lembrar: trocar o sofá da sala onde se consumou a traição não ameniza nosso impulso à infidelidade. Se alguém deseja de fato mudar o mundo, seus hábitos e vícios impublicáveis, é preciso um esforço mínimo para entender seu subtexto - e apreender a parte que nos cabe nele. Não adianta falar em limpeza ética e mandar o guarda caçar bandidos quando somos flagrados alcoolizados ao volante. Nem adianta falar em radicalismos se não vislumbramos a estrutura dos descalabros, que começa no financiamento de campanha e se encrespa no patrocínio às novas velhas legendas de aluguel.

Antes de ir às ruas, seria producente, inclusive recomendável, analisar o próprio revide e notar que a crítica aos detratores igualmente se aplica aos salvadores. No limite, vale questionar o que queremos de fato – expor nossas antipatias ou encampar as reformas necessárias? Mais que isso: o que dizem os nossos representantes direitos, do vereador ao senador, passando pelo nosso prefeito, a respeito dessas reformas? E a liderança do nosso partido favorito? Quais os projetos eles apresentaram na última legislatura? Quais as suas proposta para dirimir o fosso entre ricos e pobres ainda assustadoramente largo no país? Quem bancou as suas campanhas? O que eles defendem em plenário? Como sensibilizá-los? Com cartazes erguidos em dias de folga? Com mensagens à caixa de e-mail? Com pedidos de audiência com a sociedade civil organizada da qual somos convidados a fazer parte?

Apesar da aparente disposição em colocar tudo abaixo, nem sempre as respostas a estas perguntas são satisfatórias. Quanto mais nos afastamos da vida pública, mais nos tornamos a caricatura do cidadão vacilante, que terceiriza a função de eleger o que é bom para ele e vai dormir tranquilo o sono dos justos. Este é o caminho fácil. O outro, mais árduo, é se mobilizar, criar cartas de compromissos e buscar apoio e musculatura para encampar as mudanças consideradas urgentes. Algo parecido aconteceu na Grécia – mas este é o caminho mais difícil. Mudanças de fato exigem caminhos novos, e este é o desafio que o velho Fla x Flu, preso nas próprias sobreposições, parece incapaz de vislumbrar, entender e superar.

Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/blogs/matheus-pichonelli/a-marcha-pelo-impeachment-entre-a-formula-magica-130721471.html

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Meire Poza, merece os nossos parabéns!!

Essa mulher na foto é Meire Poza, contadora do doleiro Yousseff, que está entregando todo o esquema da Lava Jato da Petrobrás.
Merece nossos parabéns pela coragem e desejar um Brasil melhor ajudando a acabar com a corrupção e roubo aos cofres públicos.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

No rastro de grave crise, Dilma prepara novo pacote de maldades que prejudica o trabalhador

Pela culatra – Nove entre dez brasileiros falam do mesmo assunto: o impeachment de Dilma Rousseff, a reeleita presidente da República. Como tem afirmado o UCHO.INFO, apesar de pareceres de grandes juristas, não há por enquanto um fato determinado que permita a abertura de um processo de impeachment, que, é bom lembrar, depende de aprovação do Congresso Nacional, que continua nas mãos do governo do PT. Entre ter certeza de que Dilma é culpada pelo Petrolão e provar que isso aconteceu há uma enorme distância. Como indício não resulta em condenação, o melhor que os brasileiros de bem devem fazer é tomar como base a grave crise institucional que chacoalha o País. A roubalheira na Petrobras existiu de fato e a Operação Lava-Jato só foi possível porque o editor do site, juntamente com o empresário Hermes Magnus, denunciou o esquema de corrupção montado pelo então deputado federal José Janene (PP-PR), já morto, com o apoio do doleiro Alberto Youssef e a conivência explícita do Palácio do Planalto.
Não bastasse o maior escândalo de corrupção da história em todos os tempos (Petrolão), o governo petista de Dilma Rousseff insiste em sacrificar o trabalhador como forma de fechar as contas. Há algumas semanas, o ministro da Fazenda, Joaquim levy, anunciou um pacote de maldades com o intuito de aumentar a arrecadação, ao mesmo tempo em que avança nos cortes de gastos. Fora isso, Dilma decidiu cortar benefícios trabalhistas, contrariando discurso de campanha, quando usou a expressão "nem que a vaca tussa" para referir-se à inviolabilidade das conquistas dos trabalhadores.
Nesta segunda-feira (9), em visita à sede da Força Sindical, na capital paulista, o ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT), disse que o governo federal prepara mais um pacote envolvendo programas trabalhistas, cujo resultado esperado é de R$ 10 bilhões neste ano, entre aumento de arrecadação e corte de gastos. Na lista de maldades estão o aumento de fiscalização nas empresas e a redução de despesas com programas relacionados à saúde do trabalho. Os detalhes do novo pacote serão anunciados em março.
Na sede da Força Sindical, o ministro ouviu muitas críticas ao governo por causa das regras trabalhistas que já foram alteradas, como seguro-desemprego e concessão de pensão por morte, entre outras.
De acordo com Manoel Dias, o governo espera arrecadar um valor extra de aproximadamente R$ 2,7 bilhões com reforço da fiscalização eletrônica, combatendo a inadimplência e fraude no pagamento de contribuições, como o FGTS.
Depois de quatro anos de um governo pífio, paralisado e corrupto, Dilma Rousseff resolve penalizar a classe trabalhadora, que nos últimos meses passou a conviver com o fantasma do desemprego. No momento em que o governo opta pelo endurecimento das regras trabalhistas, sem dar ao cidadão a contrapartida devida, significa que há algo muito errado no seio da administração federal.
Voltando ao tema que abriu esta matéria, a petista Dilma Rousseff pode acabar jogando a toalha por causa da crise institucional e da pressão popular, muito antes da conclusão de um processo de impeachment. Ademais, o ex-presidente Lula, o lobista de empreiteira, já começa a tratar do tema como se fosse uma tentativa de golpe da oposição e da imprensa.

Fonte: http://ucho.info/?p=89335

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Empresário denuncia que Lula e Dilma são os chefes do Petrolão

Foto: Empresário Auro Gorentzvaig que fez a denúncia ao MPF
 

Veja o vídeo aonde o empresário Auro Gorentzvaig diz que todas as determinações (roubos e falcatruas) na Petrobrás foram feitas a mando de Lula e Dilma Rousseff, e que os mesmos são os chefes do Petrolão.


A denúncia foi feita ao MP e afirma que a operação contava com o conhecimento da presidência da República.


Veja o vídeo http://videos.band.uol.com.br/programa.asp?e=noticias&pr=jornal-da-band&v=15362964


Impeachmet?

A palavra que assombra o PT começará a ser ventilada com mais frequência por aí. É inevitável que o debate vá para este lado. A convergência de vetores aponta nessa direção. O ex-presidente Collor caiu por conta de uma Fiat Elba, na verdade o "batom na cueca". Sabe-se que os motivos eram mais profundos e tinham ligação com a fragmentação da base aliada no Congresso e a péssima situação econômica.


Pois bem: nossa economia já está em crise, que vai se agravar nos próximos meses. A inflação deve rodar acima de 7% ao ano, o que ultrapassa o teto permitido pela elevada meta. A indústria só faz sangrar e começa a demitir mais gente. A atividade deve se contrair em 2015. Sim, a temida palavra, que Dilma descarta mas que se mostra cada vez mais provável: recessão!


Se a economia vai jogar mais lenha na fogueira, a política não fica atrás. A derrota humilhante do governo na eleição para presidente da Câmara mostra como será difícil para Dilma impor sua agenda ou evitar a da oposição. Eduardo Cunha é seu desafeto, e com fama de fisiológico. Alguns interpretam que isso significa apenas um preço mais alto para fechar acordos e garantir a "governabilidade". Mas outros acreditam que o buraco é mais embaixo.


No mais, a articulação política de Dilma é péssima. O historiador Marco Antonio Villa, em artigo publicado hoje no GLOBO, desce a lenha nos poderosos ministros escolhidos por Dilma, principalmente Mercadante. E constata que seu novo governo acabou antes mesmo de começar. Diz ele:


Isolada no Palácio do Planalto, a presidente perdeu a capacidade de iniciativa política. E pior: se cercou de auxiliares ruins, beirando o pusilânime. Nenhum governo sério pode ter na coordenação política Aloizio Mercadante. Na primeira presidência Dilma, ele ocupou três ministérios distintos e não deixou sequer uma simples marca administrativa. Foi um gestor de soma zero. Lula, espertamente, nunca o designou para nenhuma função executiva. Conhece profundamente as limitações do ex-senador e sabe o potencial desagregador do petista. Não satisfeita com a ruinosa escolha, Dilma nomeou para a coordenação política o inexpressivo e desconhecido Pepe Vargas. Não é a primeira vez que a presidente mete os pés pelas mãos ao formar sua equipe política. É inesquecível a dupla Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti, mas naquele momento a conjuntura política e o cenário econômico eram distintos.


Além da situação econômica cada vez pior, o que gera pressão popular por mudanças e perda de apoio de aliados tradicionais (só interessados nas boquinhas estatais), e da fragilidade da base aliada no Congresso, com um presidente independente (na verdade, hostil ao governo), resta sondar o aspecto jurídico. Um impeachment é uma decisão sempre política, mas precisa ter base legal para sustentá-lo.


Eis onde entra o parecer técnico dado pelo respeitado jurista Ives Gandra Martins. Em artigo publicado hoje na Folha, o advogado explica em pormenores seu parecer, mostrando que há, de fato, argumentos jurídicos para se falar em impeachment. Diz ele:


Ao interpretar o conjunto dos dispositivos citados, entendo que a culpa é hipótese de improbidade administrativa, a que se refere o artigo 85, inciso 5º, da Lei Suprema dedicado ao impeachment.


[...]


À luz desse raciocínio, exclusivamente jurídico, terminei o parecer afirmando haver, independentemente das apurações dos desvios que estão sendo realizadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público (hipótese de dolo), fundamentação jurídica para o pedido de impeachment (hipótese de culpa).


Não deixei, todavia, de esclarecer que o julgamento do impeachment pelo Congresso é mais político que jurídico, lembrando o caso do presidente Fernando Collor, que afastado da Presidência pelo Congresso, foi absolvido pela suprema corte. Enviei meu parecer, com autorização do contratante, a dois eminentes professores, que o apoiaram (Modesto Carvalhosa, da USP, e Adilson Dallari, da PUC-SP) em suas conclusões.


Ou seja, um time de peso já atesta que não é absurdo algum falar em impeachment do ponto de vista jurídico. A tendência é que o tema ganhe mais destaque nos próximos meses, quando o escândalo da Petrobras for mais conhecido nos seus detalhes, quando os efeitos dos "ajustes fiscais" surgirem com mais vigor, e quando o Congresso deixar ainda mais claro que não segue mais as ordens do Planalto.


Villa conclui que não faltará "agito" este ano, mas cobra uma postura diferente da oposição, que deveria ter aprendido com seus grandes erros de 2005:


Teremos um 2015 agitado, o que é muito bom. Nunca um governo na História da República esteve tão maculado pela corrupção, nunca. O que o Brasil quer saber é se a oposição estará à altura da sua tarefa histórica. Se não cometerá os mesmo erros de 2005, no auge da crise do mensalão, quando não soube ler a conjuntura e abriu caminho para a consolidação do que o ministro Celso de Mello, em um dos votos no julgamento do mensalão, chamou de "projeto criminoso de poder."


Rodrigo Constantino

 

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/corrupcao/impeachment/

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Dilma está só e refém dos ratos

2/2/2015 15:00
Celso Lungaretti, de São Paulo 

A presidenta Dilma vai ficando só e aumenta o risco do impeachment

O PT moveu céus, terras, cargos e recursos públicos na tentativa de impedir que a presidência da Câmara Federal passasse às mãos do rebelde Eduardo Cunha, do PMDB-RJ, tido como talvez favorável (não há certeza disto) à abertura de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

Sofreu acachapante derrota. E já se comenta que aumentará o investimento em fisiologia, apostando alto para evitar o que pode ser apenas um fantasma a arrastar correntes nos seus pesadelos.

Mas, bem real é a lição deixada pela batalha perdida: quem acredita que conseguirá atravessar uma tempestade confiando em ratos, esquece que os roedores são os primeiros a abandonar barcos que estejam ou possam estar afundando. Então, por mais queijo que lhes dermos, na hora H poderão se bandear para o lado de um inimigo que ofereça mais.

Melhor fará Dilma, portanto, se não aumentar os lances nesse leilão de mafuá, mas, pelo contrário, confiar a sobrevivência do seu governo ao povo, reconquistando o apoio das ruas ao fazer o que o PT sempre prometeu que faria: o saneamento dos costumes políticos brasileiros.

Ou passará o restante do seu segundo mandato como refém da rataria… se não cair de podre pelo cominho.

Para quem é ou foi de esquerda, mais vale cair lutando, com a dignidade de um Salvador Allende, do que ser despachado com um pé na bunda, como o Fernando Collor.

Obs.: escrito e divulgado o texto acima, fiquei com uma incômoda sensação de déjà vu, como se algo me houvesse escapado. Até que a ficha caiu: tratava-se de uma possível semelhança com a manobra executada por outros ratos quando a ditadura militar chegava ao fim.

Em 1984, Tancredo Neves  tramou com parlamentares governistas, até então repulsivos capachos dos fardados, uma jogada para todos se darem bem na transição.

Primeiramente os ditos cujos (talvez o termo sujos lhes caia melhor…) ajudaram, com seus votos, a derrotar a emenda Dante de Oliveira, pois o restabelecimento das eleições diretas só beneficiaria um rival comum: Leonel Brizola, o franco favorito nas urnas.

Depois, desertaram do partido governamental (o PDS) e, sob a nova identidade de PFL, deram a Tancredo os votos necessários para ele vencer a disputa com Paulo Maluf no colégio eleitoral.

Como recompensa estipulada, tornaram-se sócios da Nova República. Como recompensa imprevista, a Presidência lhes caiu no colo, pois um dos seus, José Sarney (arenosoaté a medula, embora tenha escolhido o PMDB como seu novo abrigo), a acabou herdando com a morte de Tancredo.

O que acabamos de assistir na eleição da Câmara pode ter sido outro êxodo de ratos para garantirem sua continuidade no poder se este mudar de mãos.

E aí, claro, Cunha não seria nenhum rebelde, mas sim o pé que o PMDB fincou no governo que resultará de um eventual impeachment de Dilma, enquanto Michel Temer continua com seu pé bem fincado no governo atual.

Não esqueçam que estamos falando de ratos.

Fonte: http://correiodobrasil.com.br/destaque-do-dia/dilma-esta-so-e-refem-dos-ratos/749294/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=b20150203